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Killer Cars

Conto novo, dessa vez com final.
Não que o outro não tivesse um fim, porém.
Esse eu escrevi durante uma prova em que eu não sabia absolutamente nada, então eu escrevi um conto no lugar.
Detalhe: a prova era de eletromagnetismo.

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Killer Cars


Como isso era possível ele não sabia. Quando acordou, a escuridão o permitia ver apenas algumas estrelas opacas, mas o som das ondas e o cheiro da maresia não deixavam dúvidas de onde ele estava.
A água batendo em seus joelhos, as mãos e os pés amarrados.
Podia sentir o gosto de sangue em sua boca e ele tinha certeza de que o líquido escorrendo de sua cabeça não era água.
Porque e como ele havia chegado ali não eram importantes, o que importava era que a água já estava no meio de sua coxa e continuava a subir.
Juntou todas as forças que pôde e se debateu de todas as maneiras. Puxou, empurrou, tentou deslizar pelas cordas. Só conseguiu ficar cansado.
Ele parecia estar preso a um pilar de madeira e seja lá quem o amarrou fez um bom trabalho.
Porém a adição de madeira com água não tem o melhor dos resultados, por isso ele insistiu.
Ele estava prestes a desmaiar, não tinha mais forças nem para pensar no que estava fazendo, a água já batia em seu pescoço quando ouviu um inconfundível som de quebra. A pilastra havia se rompido.
Mais alguns momentos de luta e suas mãos estavam livres.
Ele mergulhou, desesperado para livrar os seus pés, sentindo o sabor doce em sua boca. Doce?
Ele definitivamente não estava no mar. O que será que era aquilo?
Com seus pés finalmente livres ele olhou para os lados, mas sem enxergar nada. Para que lado ir?
O desespero tomou conta quando ele já precisava ficar nas pontas dos pés para respirar. Escolheu um lado qualquer e foi.
Não sabia há quanto tempo andava, foi obrigado a começar a nadar. Nem sabia se nadava em linha reta, nem sabia se ia na direção correta.
Foi quando sua cabeça bateu em algo. Uma parede. Suas mãos percorreram a superfície lisa. Não havia como escalar e nem uma borda ao alcance.
Tentar o outro lado estava fora de cogitação, não tinha forças para isso. Decidiu, então, seguir a parede.
Nadou pelo que parecia uma eternidade e nada de encontrar uma borda.
Então ele bateu a cabeça pela segunda vez. Para seu azar e infelicidade, na parte de cima.
O local possuía uma tampa do que parecia ser vidro.
Por mais que ele lutasse já era tarde demais, a água já cobria sua cabeça e em poucos minutos ele estava morto.
Antônio observava tudo de um monitor. Uma luz verde cobria sua face.
- Satisfeito? – ele ouviu vindo de suas costas.
- Sua outra metade será depositada na conta combinada logo pela manhã. – respondeu enquanto saía.

8 comentários:

tu entregou o conto pro professor?

e eu já não te disse que a água é insípida? XD

18 dezembro, 2007 15:56  

Você vai me espancar se eu disser que achei que esse conto também não tem final?
Ooops... já disse. =P

22 dezembro, 2007 22:39  

Mas eu tenho que admitir que gostei. Eu entrei em desespero junto com a tua personagem.

22 dezembro, 2007 22:40  

Agora você está tirando com a minha cara.
Não é possível.
Como não tem final????
E é claro que você gostou, eu sou um excelente escritor... :roll:

23 dezembro, 2007 17:58  

Primeiramente: mate a Sofia. Ela não tem salvação. XD

Interlude (separando o primeira e o segunda 'mente'. Caramba, que coisa mais "Paulo Coelho": segunda mente. E antes que alguém diga regrinhas sobre utilização de artigos, foi intencional!):

Entregou o conto para o professor?

E eu acho que já fiz isso, não em uma prova, mas, se não estou enganada, em uma aula de Fonética . Mas não foi nada produtivo. Eu fiquei criando teorias para comprovar que a cicatriz do Harry aparecia na capa do sétimo livro. Foi bem no dia que postaram as capas no BD. E eu ainda não consigo entender tamanha bizarrice. Em uma aula de Fonética eu consegui pensar em 'ângulo de 90º'. O.O

Segundamente (eu gosto do 'mente', pô!): eu quis parar de ler o conto no início. Não, não é nada contra a sua escrita, Le, é contra a água, mesmo.

Eu não sei se o meu medo (pavor?) de água contribuiu para uma sensação que o conto provocou em mim, mas, para mim, não tem como ler esse conto lentamente. Eu fiz o teste. Li três vezes. Na primeira, eu li rápido, como se tivesse perdendo o fôlego (parece que o desespero da personagem foi transmitido para mim). Na segunda eu pensei que leria mais devagar, sem esperar surpresa, pois já sabia O FINAL, mas li do mesmo jeito, com o mesmo 'desespero'. E na terceira, mesma coisa. E eu não vou ler uma quarta vez, para não me afogar e tal.

Eu não sei explicar, mas gostei tanto disso: "Podia sentir o gosto de sangue em sua boca e ele tinha certeza de que o líquido escorrendo de sua cabeça não era água." Acho que foi a partir daí que eu realmente consegui visualizar um ambiente (ou a sombra de um ambiente, por assim dizer). Então eu comecei a ficar angustiada, junto com a personagem. E não parei mais.

Antônio observava tudo de um monitor. Uma luz verde cobria sua face.
- Satisfeito? – ele ouviu vindo de suas costas.
- Sua outra metade será depositada na conta combinada logo pela manhã. – respondeu enquanto saía.


Foi só eu que AMEI esse desfecho? huahauhau Gostei muito.


P.S.: Eu nunca sei o que escrever no "Escolher uma identidade". Acho que vou escolher meu nick do momento, mesmo. ¬¬

28 dezembro, 2007 00:33  

Ah, eu não entreguei o conto para o professor.
Eu sou maluco mas nem tanto.

28 dezembro, 2007 01:19  

Bem bacana, Lê! Tu devia ter entregado o conto para o professor. xD

03 janeiro, 2008 09:46  

Olha só, esse conto tem final hdaushdsa \o/ Tá bacana, eu gostei. Apesar de ter entrado em desespero junto, que nem a Sofia disse xD

10 janeiro, 2008 17:56  

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